As 7 piores pragas da história
06:13As 7 piores pragas da história
Dias atrás conversando com
um amigo médico, ele confessou diante de amigos estupefatos que hoje em dia, se
tivesse que escolher entre duas doenças, por exemplo, malária e AIDS,
escolheria seguramente a segunda. Explicou que apesar da primeira doença ser milenar
não existe nenhuma iniciativa favorável a extinção da mesma. Assim nasceu este
tópico.
Varíola (430 AC - 1979):
A varíola matou quase 500
milhões de pessoas só no século XX. O último caso registrado da doença ocorreu
na Somália em 1977 e o seu vírus hoje é guardado em dois laboratórios
governamentais bem vigiados, nos EUA e na Sibéria, Rússia. A pergunta é: Para quê
estão guardando isto?
Este sucesso de erradicação
só foi naturalmente possível porque o único hóspede do vírus era o homem, pois
o vírus é incapaz de infectar quaisquer outras células. Efeitos colaterais em
longo prazo para sobreviventes incluem as cicatrizes de pele características.
Efeitos colaterais ocasionais incluem cegueira devido a ulcerações córneas e
infertilidade em sobreviventes masculinos.
A varíola foi uma das
principais responsáveis pela destruição das populações nativas da América após
a sua importação da Europa com Colombo. Juntamente com o Sarampo, Varicela e
outras doenças, ela matou mais de 90% (25% da mundial) da população do
continente, derrotando e destruindo as civilizações Asteca e Inca
No início do século XVIII, a
mulher do embaixador do Reino Unido na China propôs a inoculação de crianças
com vírus vivo da varíola em Londres, prática muito comum no Império Otomano.
Para convencer o povo, a própria família real inglesa foi inoculada
publicamente. Recolhia-se pus de pústulas e com algodão introduzia-se numa
pequena ferida. A mortalidade neste caso era de apenas 1%, já que o sistema
imunológico tinha contato mais cedo com o vírus e a sua resposta era mais
vigorosa.
Edward Jenner em 1796
reparou que as mulheres que retiravam leite das vacas não apanhavam varíola e
descobriu que a sua imunidade devia-se à infecção não perigosa com cowpox
(vaccinia ou varíola das vacas). Ele propagou a prática de usar para inoculação
antes o vírus vaccinia descobrindo a vacina contra a varíola, a primeira vacina
criada. Esse método de imunização ainda se denomina hoje vacina devido ao vírus
vaccinia.
Classificada como uma das
enfermidades mais devastadoras da história da humanidade, a varíola foi
considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1980. No
entanto, a doença voltou às manchetes de jornal, em virtude da suposição de que
ela possa ser utilizada como arma biológica. Em conseqüência desses temores
todo o contingente militar dos EUA foi vacinado, assim como o presidente George
W. Bush.
Gripe Espanhola (1918 -
1919):
Matou aproximadamente 50
milhões de pessoas em menos de 2 anos. A gripe Espanhola matou mais pessoas do
que Hitler, armas nucleares e todos os terroristas da história juntos.
A pandemia caracterizou-se
mundialmente pela elevada mortalidade, especialmente entre os mais jovens e
pela freqüência das complicações associadas. Calcula-se que afetou 50% da
população mundial, pelo que foi qualificada como o mais grave conflito
epidêmico de todos os tempos. A falta de estatísticas confiáveis,
principalmente no Oriente (como China e Índia) pode ocultar um número ainda
maior de vítimas.
A origem geográfica da
pandemia de gripe de 1918-1919 é desconhecida. Foi designada de gripe espanhola
pelo fato da Espanha, não participando da guerra, ter noticiado que civis em
muitos lugares estavam adoecendo e morrendo em quantidades alarmantes.
Os primeiros casos
conhecidos de gripe ocorreram em abril de 1918 em tropas francesas, britânicas
e americanas, acampadas nos portos de embarque na França. Em menos de seis
meses ela alcança toda a Europa e infecta todos os exércitos acampados naquele
continente causando a morte de pelo menos 80% deles.
Em setembro, atinge o
continente americano por meio de chineses que foram trabalhar na retaguarda dos
exércitos aliados. Em outubro chega ao Brasil onde foram registradas em torno
de 300 mil mortes relacionadas à epidemia vitimando inclusive o Presidente da
República, Rodrigues Alves, em 1919.
Peste Negra (1340 - 1771):
Matou 75 milhões de pessoas.
Peste negra é a designação pela qual ficou conhecida, durante a Idade Média, a
peste bubônica, pandemia que assolou a Europa, a China, o Oriente Médio e
outras regiões do Mundo durante o século XIV(1347-1350) dizimando um terço da
população da Europa e proporções provavelmente semelhantes nas outras regiões.
A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano
através das pulgas dos ratos-pretos ou outros roedores.
Durante o período de
revolução que causou, instituições milenares como a Igreja Católica foram
questionadas, novas formas de religião místicas e de pensar prosperaram e
minorias inocentes como os leprosos e os judeus foram perseguidos e acusadas de
serem a causa da peste.
Os cidadãos que tinham a
doença eram obrigados a sair das cidades por 40 dias para provar que não
estavam doentes. Algumas ordens religiosas recolhiam estas pessoas e as
tratavam enquanto estavam isoladas e não podiam se aproximar de pessoas que não
tinham a doença.
É contado que origem da a
peste surgiu com o uso da doença como arma biológica. Cadáveres de turcos que
tinham morrido da doença foram catapultados para dentro das muralhas de Jaffa,
de onde se espalhou. Mais tarde, durante a primeira guerra mundial, o exército
Japonês também utilizou a peste como arma biológica disseminada por pulgas em
civis chineses e prisioneiros de guerra na Manchúria.
Malária (1600 - hoje):
Morrem aproximadamente 2
milhões de pessoas por ano. A malária ou paludismo ou maleita, entre outras
designações, é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários
parasitas, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.
A doença, com taxa só
comparável à da AIDS, afeta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. É a
principal parasitose tropical e uma das mais freqüentes causas de morte em
crianças nesses países: (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada
ano). Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e
muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e
têm dificuldades de aprendizagem.
Os seres humanos são
infectados pela malária há 50 000 anos. O baixo número anterior de casos em
humanos implicava que os mosquitos que se alimentam dos outros animais fossem
muito mais frequentes que o Anopheles, que tem predileção pelos humanos. Só com
o início da agricultura, há 10 000 anos e com o crescimento populacional e
destruição dos ambientes naturais desses outros animais e seus mosquitos, é que
as populações de Anopheles aumentaram significativamente, iniciando a
verdadeira epidemia de malária que existe hoje.
Até recentemente não havia
muitos motivos para acreditar no surgimento de uma vacina. A malária é uma das
doenças negligenciadas - seja por insuficiências das políticas públicas de
saúde, seja por desinteresse da indústria farmacêutica em pesquisar novos
medicamentos para doenças que atingem as populações mais pobres, em áreas
igualmente pobres - portanto, fora do mercado. Todavia, em março deste ano, a
Sanofi-Aventis, uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo, anunciou o
lançamento de uma nova fórmula medicamentosa - o ASAQ - para tratamento da
malária.
No Brasil, em meados da
década de 40 ocorriam entre 6 e 8 milhões de casos de malária por ano
resultando em cerca de 80 mil óbitos. O início do emprego extensivo do DDT a
partir de 1947 tornou possível em menos de uma década a redução do número de
casos para 249 mil por ano. Em 1970 foram registrado 52 mil infectados, o menor
número desde o início da aplicação do DDT, a quase totalidade na Região
Amazônica. A partir de então a situação da malária começa progressivamente a se
agravar e, em 1999, foram registrados 635.646 casos com 10 mil óbitos na Região
Amazônica.
AIDS (1981 - hoje):
Já matou 25 milhões de
pessoas desde o primeiro caso reconhecido em 1981. A Síndrome da Deficiência
Imunológica Adquirida é o conjunto de sintomas e infecções resultantes do dano
do sistema imunológico ocasionado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).
As primeiras infecções
ocorreram na África na década de 1930. Julga-se que teria sido inicialmente
contraído por caçadores africanos de símios que provavelmente se feriram e ao
carregar o animal, sujaram a ferida com o sangue infectado deste. O vírus teria
então se espalhado lentamente, e posteriormente migrado para as cidades com o
início da grande onda de urbanização da África nos anos 60.
Calcula-se que mais de 15
000 pessoas sejam infectadas por dia em todo o mundo; 45 milhões estão atualmente
infectadas, e 3 milhões morrem a cada ano. A esmagadora maioria dos casos
ocorre na África, onde a principal forma de transmissão é o sexo heterossexual
e a prostituição. Regiões em risco com alto crescimento de novas infecções são
a o leste da Europa, a Índia e o Sudoeste Asiático. No Brasil vivem mais que
650 000 pessoas com idade entre 15 e 49 anos com o HIV. A taxa de infecção de
consumidores de heroína ronda os 80% em muitas cidades européias e americanas.
A transmissão se dá somente
por sêmen, sangue e secreções vaginais. O HIV não pode ser transmitido,
absolutamente, por toque casual, beijos, espirros, tosse, picadas de insetos,
água de piscinas, ou objetos tocados por soropositivos. O sexo anal é a prática
sexual de mais alta taxa de transmissão, seja entre dois homens ou entre uma
mulher e um homem. O sexo vaginal permite transmissão mais fácil para a mulher
do que para o homem, mas ambos podem ser infectados pelo outro. O sexo vaginal
violento resulta em taxas de infecção muito altas, devido às micro-hemorragias
genitais.
Cólera (1817 - hoje):
8 pandemias; centenas de
milhares de mortes. A Cólera é uma doença causada pelo vibrião colérico, uma
bactéria em forma de vírgula que se multiplica rapidamente no intestino humano
produzindo potente toxina que provoca diarréia intensa. Ela afeta apenas os
seres humanos e a sua transmissão é diretamente dos dejetos fecais de doentes
por ingestão oral, principalmente em água contaminada.
A cólera provavelmente
originou-se no vale do rio Ganges, Índia. As epidemias surgiam invariavelmente
durante os festivais hindus realizados no rio, em que grande número de pessoas
banhavam-se em más condições de higiene.
A doença existe em todos os
países em que medidas de saúde pública não são eficazes. A América do Sul é
hoje a mais freqüentemente afetada por epidemias de cólera, juntamente com a
Índia. Neste último país, as grandes concentrações pouco higiênicas de
multidões durante os rituais religiosos hindus no rio Ganges, são todos os anos
ocasião para nova epidemia do vibrião. Também existe de forma endêmica na
África e outras regiões tropicais da Ásia.
Os números da doença são
incertos, na maioria das vezes a doença e diagnosticada tardiamente e como
sendo uma outra doença. Áreas do nordeste brasileiro são fartas neste mal.
Tifo (430 AC - hoje):
Matou 3 milhões de pessoas
somente entre 1918 e 1922. O tifo é uma doença epidêmica transmitida por
parasitas comuns no corpo humano, os piolhos. Não deve ser relacionada à Febre
tifóide que é causada pela Salmonella.
A primeira descrição
reconhecível do tifo foi dada em 1083 na Itália, mas só em 1546 é que o famoso
médico de Florença, Girolamo Fracastoro (o primeiro médico a defender os germes
como causa das doenças), descreveu a doença em termos científicos. Já em 1909,
Charles Nicolle identificou o piolho como vetor da doença. Ganhou em 1928 o
Prêmio Nobel pela sua descoberta.
O Tifo foi uma importante
causa de epidemias antes da Segunda guerra mundial. Atingia particularmente os
exércitos em campanha e as populações prisionais. Uma das epidemias mais
conhecidas foi aquela que atingiu Napoleão Bonaparte e a sua "Grande
Armée" na campanha de invasão da Rússia, em 1812. Durante a retirada das suas
tropas após a destruição de Moscou, as tropas de Napoleão foram reduzidas de
600.000 a 40.000 homens por causa do frio e do tifo.
O corte de cabelo conhecido
como "cadete" e a proibição da barba no exército tem aí a sua
explicação: são medidas higiênicas, hoje parte importante da disciplina de
todos os exércitos do mundo excluindo-se os de países de religião muçulmana
onde permanece o afluxo da doença.