FOGO SELVAGEM
06:21
FOGO SELVAGEM (PÊNFIGO)
Pênfigo é uma doença autoimune. A primeira manifestação clínica é o aparecimento de bolhas cheias de líquido, intraepidérmicas, de diâmetros diferentes, primeiro nas membranas mucosas da boca, vagina e pênis, ou na pele do tórax, rosto e couro cabeludo, mas que depois se espalham pelo corpo todo. Quando essas bolhas se rompem, surgem no local feridas em carne viva que podem ocupar grandes áreas e servem de porta de entrada para infecções.
Pênfigo é uma doença autoimune. A primeira manifestação clínica é o aparecimento de bolhas cheias de líquido, intraepidérmicas, de diâmetros diferentes, primeiro nas membranas mucosas da boca, vagina e pênis, ou na pele do tórax, rosto e couro cabeludo, mas que depois se espalham pelo corpo todo. Quando essas bolhas se rompem, surgem no local feridas em carne viva que podem ocupar grandes áreas e servem de porta de entrada para infecções.
Pênfigo é
uma doença grave que, não tratada a tempo, pode levar à morte. Ela acomete
preferencialmente adultos de ambos os sexos a partir da quinta década de vida,
mas os casos tendem a diminuir depois dos 70 anos. Na infância e na
adolescência, a enfermidade costuma ser bastante rara.
Ainda não
se conhece a causa exata da doença, mas parecem estar envolvidos fatores
genéticos e imunológicos, assim como infecção por vírus, o uso de certos
medicamentos e a presença de outros agentes externos.
Existem
vários tipos de pênfigo. Os mais comuns são o pênfigo vulgar e o pênfigo
foliáceo.
O pênfigo
vulgar é a forma mais frequente e mais grave da doença. A manifestação
inicial é o surgimento de vesículas muito dolorosas, parecidas com aftas, nas
membranas da mucosa oral. Em pouco tempo, essas bolhas de diâmetro variável se
espalham por outras áreas da pele e podem romper-se deixando expostas erosões
ou úlceras em carne viva.
O pênfigo
foliáceo é uma forma da doença também de caráter autoimune, com duas
apresentações clínicas diferentes: a doença de Cazenave e o pênfigo foliáceo
endêmico, ou fogo selvagem, como é popularmente conhecida.
No
Brasil, o fogo selvagem acomete principalmente crianças e jovens das áreas
rurais de algumas regiões. Sua principal característica é o aparecimento de
bolhas superficiais na cabeça, pescoço e tórax, que depois se espalham pelo
corpo todo e arrebentam, deixando no lugar feridas abertas que criam crostas,
doem e ardem, como se tivessem sido provocadas por queimaduras. Outro marca
importante dessa forma da doença é que as lesões jamais aparecem na mucosa
oral.
Alguns
estudos em andamento sugerem que o pênfigo foliáceo endêmico pode ser
transmitido por mosquitos. Essa seria a explicação para os casos estarem mais
concentrados nas áreas próximas às regiões de desmatamento do País.
O
diagnóstico baseia-se nas características das lesões bolhosas e no sinal de
Nikolsky, que consiste no deslocamento das camadas inferiores da pele, quando
sua superfície é comprimida ou friccionada.
Outros
recursos laboratoriais importantes para o diagnóstico são os exames de imunofluorescência
indireta e a biópsia realizada com um fragmento do tecido das lesões.
O diagnóstico precoce é
fundamental para inibir a evolução da doença.
Tratamento
O objetivo do tratamento é
reverter o processo de autoagressão dos anticorpos na pele e, consequentemente,
a formação de bolhas. Inicialmente são ministradas, doses elevadas
de corticosteroides por via oral, que vão sendo reduzidas
aos poucos, à medida que as lesões desaparecem. Uma dose mínima, porém, deve
ser mantida até o restabelecimento completo do paciente. Em alguns casos, pode
tornar-se necessária a indicação de drogas imunossupressoras e de antibióticos.
As
feridas que se formam depois que as bolhas rompem precisam de cuidados
especiais para evitar infecções e facilitar a restauração da epiderme.
Recomendações
* Não
se automedique. Procure um dermatologista se notar alguma alteração na pele;
*
Lembre-se de que o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso de qualquer
tratamento.