COMIDAS ESTRANHAS 02
09:16AS COMIDAS MAIS BIZARRAS DO MUNDO
Para muitos de nós, os itens que encontramos nos cardápios de certas regiões do mundo são incrivelmente bizarros. Assim como para muitos outros povos o simples ato de comermos hambúrgueres é uma afronta não somente à arte culinária, como também aos seus costumes e crenças. Portanto, deixando de lado os tabus culinários e as diferenças culturais, façamos uma saga gastronômica em busca das comidas mais estranhas ao redor do mundo.
Acredito que, dos cinco sentidos, o paladar é o mais pervertido: saliva, morde, mastiga, degusta e, por fim, engole. O processo gustativo é uma verdadeira viagem em busca do prazer. É demorado, sensível e engenhoso. É como fazer amor com os sabores, um a um, e ao mesmo tempo.
Mais extraordinário ainda é desenvolver tal sentido em busca das mais diversificadas experiências gastronômicas. E muitas delas vão muito além dos sabores. Em alguns lugares ao redor do mundo, o ato de se alimentar é uma experiência complexa, tanto na maneira como se prepara o alimento, quanto na maneira como se serve e se come.As tradições culinárias de um país ou duma região são determinadas não somente por fatores geográficos, mas também pela cultura e, não raro, pela religião, fazendo da comida a identidade de um povo.
Nas partes mais remotas do Alasca se come salmão cozido em urina de cavalo. O cozimento se dá até o peixe virar uma espécie de geleia. No México encontramos os famosos “escamoles”, considerados um manjar dos deuses no país: o prato é nada mais do que ovas de formiga.
No Vietnã, Camboja e nas Filipinas uma das iguaria é o ovo balut. São ovos de pato fertilizados com o embrião em desenvolvimento. São cozidos e servidos na casca. Também são famosos por supostamente conterem propriedades afrodisíacas.
Em Cingapura o escorpião frito é vendido em atacado. O animal é fervido antes para extinguir seu veneno e depois frito em óleo quente. É vendido nas ruas e mercados.
Na China e Vietnã é muito comum a sopa de morcego. Na Coréia do Sul e Sul da China, é muito comum a sopa de cachorro.
Ainda no cardápio de sopas, na culinária chinesa está uma das iguarias mais caras ao redor do mundo: sopas de ninhos comestíveis de pássaros. Esses ninhos são feitos com a saliva de alguns pássaros da família dos andorinhões. Rico em nutrientes, o ninho também pode ter propriedades medicinais. Um prato desta sopa pode ser vendido por até 150 dólares. Um quilo da especiaria custa entre 2 mil e 10 mil dólares.
No interior da Amazônia, no Brasil, come-se turu, um molusco que vive em raízes podres de árvores. Alguns povoados o comem vivo e cru. Também pode ser preparado como sopa. Em algumas regiões da África o cérebro de macaco é uma iguaria. Conserva-se em salmoura e, finalmente, é cozido com ervas.
Em partes da América do Sul, sul da África, Austrália e Camboja, a boa pedida é a caranguejeira ou tarântula frita. Já nas Filipinas, as fezes de peixe são consideradas um dos pratos de maior requinte do país.
As bebidas também entram em nossa odisséia gastronômica. Na Tanzânia, por exemplo, uma bebida típica é o sangue de vaca com leite fermentado, considerada um energético. Já na Coréia, um tônico da saúde é o vinho de ratos bebês. Os ratos ainda pequenos são colocados em uma garrafa com vinho de arroz para fermentar. Na China, bebe-se vinho de pênis de veado. O pênis do animal é jogado dentro de uma garrafa de licor e deixado lá até apodrecer. Por falar em pênis: na cidade de Pequim existe um restaurante especializado em servi-los sob todas as formas compreendidas na culinária peniana.
Especialidade da Casa
Queijo de larvas, morcegos na brasa, peixe podre desenterrado e olhos de gnu são apenas mais algumas das peculiaridades que encontramos por aí. Mas essas peculiaridades são muito mais do que comida, são cultura. Um conto que se ouve, um tempero que se joga, uma panela velha. Pronto, temos os três pilares para entender e apreciar a arte culinária de um povo: história, cultura e experiência. Posto isto, alguém aí se dispõe a experimentar?