COMIDAS ESTRANHAS 01

08:15

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Hoje resolvi trazer umas comidinhas diferentes, bem do meu gosto...
Se a chamada exótica gastronomia do planeta dependesse de gente como eu - para levar adiante a história da culinária global - estaria com os dias contados.

É ótimo conhecer países diferentes: seu povo, sua cultura, sua gastronomia - com seus temperos estranhos, seus molhos exóticos, talheres complicados, e horrores que me tiram o sono. Mas é assim mesmo, o homem come coisas estranhas desde que desembarcou no planeta.

Bem, ao dar uma voltinha lá pela China percebi que os chineses adoram espetinhos de qualquer coisa: bezouros, lagartas, bicho-da-seda, marimbondos, cobras, escorpiões... Tudo comestível; aquelas coisas venenosas e traiçoeiras que os ocidentais quase morrem ao ver. Os espetinhos são vendidos na rua, para turistas curiosos que querem se superar... Tudo muito bom: o óleo vai se renovando nas fritadas... Mas por outro lado, para quem não come fritura, há algo mais saudável, como a lagarta ao molho (acima), pelo menos não entope as artérias.



Os indianos, por sua vez, adoram suas lacraias e baratas gigantescas fincadas no espeto: coisa de doido. As baratas me deixam muito aflita. Muitos sabem - por outro texto postado neste blog - que fico alteradíssima, tenho uma enorme fobia por baratas e coisas semelhantes. Elas mexem com meu sistema nervoso... Mas, longe delas sou um ser normal e feliz. Equilibrada.

Num passeio pela culinária de Camboja percebi uma iguaria diferenciada: aranhas enormes e cabeludas, aquelas cheias de pernas que nos deixam brancos e covardes. Pra encarar um bicho daqueles só sendo muito macho: mas com um molhinho apimentado e uma cervejinha, talvez desça. Nessa vida, estou com dificuldades de ser um pouco macho para encarar esse tipo de coisa, mas quem sabe lá, numa outra época.

Chegando a Taiwan, um prato da pesada: testículo de porco! Deu pra ver que lá os homi não brincam em serviço. Pegam pesado. Na Tailândia pegam bem mais leve... eles comem o bicho-da-seda, em espetinhos ou ensopado, deve ser uma gostosuuuura!

Mas, fico impressionada é com o Japão: lá, existe um peixe chamado Fugu. Aqui no Brasil chama-se Baiacu. Bem, o Fugu possui um veneno 1200 vezes mais forte do que o cianeto. Este prato tem de ser preparado por cheffs, com 4 anos de curso especializado no corte para retirar uma bolsa venenosa, perto das brânquias – órgão respiratório. Além desta bolsa há veneno na pele e no fígado. Assim mesmo 70% dos candidatos - os fugu cheffs - são reprovados. Veneno de Fugu não tem antídoto , portanto não deixa de ser uma roleta russa.

O Fugu é um prato muito solicitado justamente por ser excitante, desafiador, como se fosse um esporte radical. Dizem que seu gosto não é lá essas coisas... O importante é a adrenalina. Mesmo assim, com todos esses cuidados, morrem muitas pessoas por ano no Japão e outros países que usam o Fugu em sua culinária.
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Olhem esses pratos ai embaixo... Que barato!


Logicamente têm coisas que não se consegue transmitir num texto: jamais conseguiria transmitir minhas náuseas ao ter visto (documentário) uma pessoa comendo um polvo vivo, ou seja, o San nakji, na Coréia. Putz, ver aquilo me deixou mal. Olhem como se come esse negócio:

1- Pegue o polvo da tigela que é levada à sua mesa;
2- Estique os tentáculos do polvo para baixo; pegue a cabeça do bicho e afogue num molho de sua preferência e vá empurrando goela abaixo, lutando contra as pernas do bicho, pois elas se negam a descer. Ficam se debatendo fora de sua boca. Esse é o ponto máximo da náusea gastronômica.
Mas, se você quer comer direitinho, e não como turista, pegue o bicho, enrole tudo num pauzinho, abra a boca e mande! Desce que é uma beleza...

Porém, para os que não são chegadinhos num polvo, o ensopadinho do bicho da seda desce melhor...


Bem, também temos aqui no Brasil um exótico para saborear: o Turu! Esse molusco medonho, comprido e molengão, se hospeda em árvores podres na ilha de Marajó e no interior da Amazônia. Também é comestível... (foto). Deve ser muito gostoso!


Casu marzu, é um queijo produzido na região da Sardenha, Itália. É chamado de queijo podre, devido ao seu processo de maturação, feito com larvas vivas de moscas. É considerado tóxico quando as larvas morrem. Portanto só pode ser consumido com as larvas vivas, passeando lá por dentro... Cruz-credo.
Por ter sua fermentação exagerada (estado de decomposição), o governo italiano proibiu sua comercialização por motivos de saúde. Porém é encontrado no mercado negro.



Agora... tomem uma cachacinha da moça, aí em cima!
Eu adoraria!!! Mentira: jamais chegaria perto...

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